domingo, 26 de agosto de 2007















Já que demoramos a entrar no Mingus, vamos logo adiantar as coisas com ele. E mais uma vez tenho que fazer uma pequena reflexão sobre como escrever aqui tende a promover certas mudanças em entendimentos meus. Tinha por certo que comentaria antes o Mingus At The Bohemia, ou o Mingus Oh Yeah, ou até mesmo o Presents Charles Mingus. Curiosamente, hoje resolvi escutar o The Black Saint & The Sinner Lady e me senti na obrigação de vir aqui devido a singularidade da obra, da orquestração ímpar do sr. Mingus.

Não me sinto preparado para falar dessa suite em seis partes, quatro faixas em CD, com 37 minutos e 37 segundos de música executada por *apenas* 11 músicos. É complexidade demais para um menino como eu tentar explicar aqui em sete ou dez linhas. Recomendo apenas que vocês prestem muita atenção em cada nota de Trio and Group Dancers, principalmente a partir de 12 minutos e 30 segundos de execução. Em outra época eu diria "fones de ouvido", mas não. É muita informação para um par de diminutos falantes

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Esqueci de dizer que II B.S. que abre o disco Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus não passa de uma versão com o andamento mais acelerado de Haitian Fight Song. Realmente não sei como eu esqueci de dizer isso. "Apenas um lapso, provavelmente"

domingo, 12 de agosto de 2007















No final da autobiografia de Charles Mingus existe uma seleção dos 20 discos indispensáveis de sua discografia, feita por Roberto Muggiati. O Sr. Muggiati não coloca The Clown nessa selação. Não sei o que dizer. Triste? Infantil? Apenas um lapso, provavelmente. De toda sorte, e talvez por causa desse episódio, esse é o primeiro disco do Sr. Mingus que eu recomendo neste espaço.

The Clown merece figurar em qualquer lista apenas pela faixa de abertura, Haitian Fight Song. Começa quase em um sussurro, com o dedilhado aleatório do contra-baixo de Mingus sendo subitamente substituído pelo fraseado que aponta o caminho trilhado durante a faixa. Logo entram os metais, inicialmente também como um sussurro, mas quando menos se espera é como se uma guerra tivesse se iniciado. Caos armado, sons explodem para todos os lados. Nova pausa, novo dedilhado, volta o fraseado, a batalha recomeça.

Quando a HBO realizou aquele seriado sobre o Mandrake (personagem do Rubem Fonseca) foi Work Song a música escolhida como tema do advogado criminalista. Se minha vida fosse uma série da HBO, Haitian Fight Song definitivamente seria minha primeira opção.

Retornando, gostaria de comentar apenas The Clown, faixa que encerra e dá nome ao disco. Além dos cinco músicos, encontramos aqui um improviso por Jean Shepherd, centrado em expressões como “he was a real happy guy” e “all he wanted to do was to make these people laugh”. As construções da banda são boas, mas é quando estão fazendo cama para a narração que o negócio realmente deslancha. Impossível descrever com mais detalhes